Grandes Parceiros de Indiadas AFS

Tá daqui a pouco eu publico o texto dessa foto. Never mind. Essa gente não precisa de explicação. São amigões e acima de tudo encampam minhas idéias maluquinhas. Desejo um super ano novo para vocês! Que 2006 sirva de lição para os outros anos e também espero que as alegrias e as oportunidades continuem aparecendo.
Aos não-gaúchos: indiada= programa de índio= programa furado


[Lucas + Denise + Cicero]

Ainda sobre 2005...

Que cara mais chato... ainda fazendo reflexões sobre 2005! Bom, pelo menos a Gang mudou o Fuck you, 2005! e colocou um Welcome 2006!

Domingo saí com as gurias. As gurias são a Ane e a Leti, as duas critauras mais companheiras que eu conheço. Tive a oportunidade de fazer a seqüência do Depto de Urbanismo na Arquitetura com elas e de verdade nos divertimos muito (e também nos estressamos...). Acho que foi transmissão de pensamento. No domingo tinha escrito o quanto de certa forma não tinha dado atenção para elas e outras pessoas em 2005... e aí elas me ligam para sair.



Conversamos sobre 2005, sobre projetos, sobre planos para a vida, sobre trabalho, essas coisas que as pessoas fazem no final do ano. Resoluções também... Por isso estou colocando a foto aí de cima. Tiramos ela logo que eu voltei dos USA, em março desse ano. Guriaaaaas: amo muito vocês!

Aproveitando o post, dicas para o Reveillon [o meu será em Copacabana, hehehe]

MENINAS >> Se você deseja amor (entenda-se como amor ou sexo ou sei lá como você define amor), coloque uma calcinha vermelha (não serve aquelas de carinhas) durante a virada. Quando os fogos começarem a soltar, repare nos fogos vermelhos. Cada vez que você ver um, dê um pulinho bem discreto. Com isso, em 2006 virá muito amor pra você.

MENINOS >> Se voce deseja amor (entenda-se como sexo), não pense em colocar cueca vermelha nem nada. Basta ficar reparando nas meninas na hora dos fogos e se você ver alguma dando pulinhos discretos, vá em direção dela e dê uma rosa VERMELHA dizendo "quero 2006 com muito amor". Ela vai entender o recado.

2005

Às vezes me pergunto se sou um cara saudosista. Sempre achamos que o passado foi melhor. Aqui em Porto Alegre tem uma rede de lojas que lançou uma campanha pelo fim de 2005. Literalmente Fuck You 2005!

Pois eu vou sentir saudades de 2005. Lendo os 4 ou 5 posts que eu mesmo coloquei aqui e vendo o quanto eu amadureci este ano, sim, eu vou sentir saudades. Tem anos que realmente passam em branco. Eu tive um super 2004 e a foto abaixo foi de alguma forma minha despedida de 2004. Não imaginei que 2005 seria tão bacana, tão significativo. Passei os primeiros meses perdido, tentando voltar para casa após um tempo no exterior. Descobri que é bem mais compliacado do que parece e acho que a idade só complica isso, mesmo para quem sabe a teoria de cor. Mas colhi muitos frutos nas coisa em que eu me dediquei muito: AFS, Model United Nations, cultivar novos amigos, curso de coordenação de grupos, família. Acho que a grande chave aqui é tornar-se adulto. Lucas, bem vindo ao mundo dos adultos!



Fiquei em Porto Alegre neste final de semana, o que em se tratando de Lucas Welter é uma das coisas mais raras que pode acontecer. Sei lá, não tava a fim de ir para lugar nenhum, tinha uma que outra coisa para colocar em dia por aqui. Acabei pintando algumas paredes no meu apartamento. Preparando 2006. Aliás, estou pensando nas minhas resoluções para 2006 e confesso que quero realmente:

1) Acabar a Arquitetura, ou acabar com a arquitetura, antes que ela acabe comigo. Duela a quien pueda doler (espanhol eu sei...)
2) Tirar mais fotos que em 2005. Me sinto estranho por ter negligenciado a máquina fotográfica em 2004, mesmo tendo feito exposições e tudo mais. Este blog confirma isso. Mas prometo, 2006 será um ano de muitas imagens documentadas.
3) Realmente me dedicar ao blog. Não por nada, mas estou perdendo reflexões bacanas para mim mesmo apenas por ser relaxado e não escrever.
4) Continuar achando o AFS a coisa mais legal do mundo, mesmo depois de todos esses anos. Ok, ganhei novos desafios, novas possibilidades, espero estar criativamente a altura deles.
5) Estar mais próximo dos meus amigos de sempre. Quem é próximo ou (não) estava por perto em 2005 vai entender bem essa parte.

É claro, tem uma infinidade de outras coisas, mas algumas já vão acontecer sem eu pedir muito ;)
Acho que era isso. Beijos a todos e olhando para 2006 com grandes expectativas,
Lucas

Life is Good

Yeah, life is good. But, let me clarify this point: the way you see your life is up to you. Life is good is a popular t-shirt brand at colleges in the USA. Ok, now they are making much more than t-shirts, but their motto remains the same: Spreading optimism nationwide. And I made their words mine’s with a little balance: Do what you like, like what you do.

I’m saying that just because I like what I'm doing and consequently, I’m feeling very happy. I want to share with you some images of one of the most intense weeks in my recent lifetime. Not only because it's about what I’m doing in my life, but it’s also about creating a better world through understanding and tolerance among peoples. The images below are from a weeklong training for AFS volunteers and staff from 7 different countries held in Canela, RS, from 14th to 20th Nov. These volunteer and staff members, will make it possible for AFS to provide quality training to a much wider audience of volunteers and staff locally, regionally, nationally and mainly internationally, acting as trainers on my next training events on a more consistent basis. And they also had the opportunity to be exposed to an international environment and thank to that, strength their intercultural skills.


Intense because the agenda was a typical Lucas’ agenda: workaholic.


Intense because I had to work from 7am to 2am (next day) with no breaks.


Intense because I made some people work from 7am to 2am (next day) with no breaks.


Intense because the all time great discussions of what AFS is about.


Intense because intense also means powerful, concentrate, forceful, passionate, extreme, strong, like an AFS experience.

So, take my advice: life is good. Do what you like. Like what you do.

Roma, berço da civilização (e do caos...)

Saturday, July 30, 2005 6:38 AM Posted by Lucas Welter 0 comments
22 de abril de 2005

Roma não é uma cidade muito tecnológica, ou pelo menos, os romanos não são. Sexta-feira pela manhã decido comprar um teclado para o meu Macintosh. Pergunto aos guris (Kevin, o Greg e o Mike – colegas da Penn State obrigados a passarem um semestre em Roma, tendo aulas no Palazzo Pamphili – que inveja...) que dígasse de passagem, não estavam muito interessados em me ajudar após eu ter obrigado eles a caminharem durante a madrugada anterior pelo Fórum Romano, um lixão que tem lá em Roma, como diria outra grande amiga minha... Desconheciam lojas que vendessem Macs. Perguntei como faziam para comprar acessórios para Macintosh e me responderam que era só entrar no site da Apple, encomendar e em 3 dias chagava tudo, just like in the US, porém quando alguma greve de alguma classe trabalhadora italiana não atrasava tudo, very Italian, emendou um deles.

Sem ajuda dos meus colegas ‘quase nativos’, passei algum tempo no Google tentanto juntar palavras como Apple, Roma e vendita para ver se descobria uma loja que vendessem produtos Macintosh. Se tinha alguma coisa que o Palazzo Pamphili podia lembrar as Units da Penn State era a conexão de internet sem fio (e os montes de Doritos, Pringles, Gatorade e Light Coke espalhados pelos cantos, e os guris assistindo Family Guy – eles deixam os EUA, mas os EUA não deixam eles...)


[Penn State University Arch Studios @ Rome]

Voltando para ‘Mac loja’, descubro uma que, no pedaço do mapa que aparecia na tela do computador, não me parecia longe de algum lugar que eu já tinha estado... Aliás, em Roma, tudo parece perto (e de fato é...). Como sou um ser tecnologicamente correto, entro no Mapquest, forneço os endereços (meu e da loja) e acho o possível caminho por Roma, uns 8km de onde eu estava. Claro, o caminho calculado era de automóvel, dando votas em círculo (ah tá, até o Mapquest foi adaptado para o maravilhoso trânsito romano).

Com a Europa usando uma moeda impraticável para nós brasileiros (e para o resto do mundo todo, dizem os guris...) e dado meu estado quase falimentar, minha única chance seria caminhar até lá ou encontrar transporte público. Táxi nem pensar. Resolvo ligar para loja e perguntar como chego até lá. Com meu italiano afiadíssimo, liguei pra lá, mas quem disse que eu consegui entender as explicações que a menina da loja me dava. E ela repetia. E repetia. Fingi que entendi, fui até o metrô e comecei a procurar nos mapas como chegar. Essa é outra mania minha que já me meteu em encrencas, mas de metrô se vai a qualquer lugar. Só se for em Londres, Paris ou NYC. Em Roma, melhor ir andando, até porque o metrô tava em greve naquele dia...

Pego metrô (que ia parar em 30 minutos – a tal da greve), ando duas estações (parece piada), desço, entro num bonde que vai em direção ao Parque Olímpico. A tal da praça que eu deveria chegar ficava no meio do caminho. Olhei no mapa o trajeto todo, contei o número de quadras e decidi que devia descer depois de 8 quadras. Acontece que entre a rua e o trilho do bonde tinha um parque linear (não-arquitetos: um canteiro grande com árvores altas) que me impedia de contar as quadras. Instintivamente resolvi descer depois de um tempo. Caminho em direção ao rio (isso pelo menos eu sabia). Passo por um quartel e pergunto ao guarda onde ficava a praça que eu buscava. Ele pensou, pensou e disse que não sabia (tá, ficava só a 4 quadras dali). Continuo caminhando e chego numa praça a beira do rio. Talvez a minha? Abordo uma senhora num caixa eletrônico (se fosse no Brasil ela já tava pensando que era assalto...) e ela me responde gentilmente que estava na praça que eu buscava. Bom, faltava achar a loja Mac.


[Fórum Romano [Zaha or any other deconstrutivist was here...]]

Caminho, caminho e me deparo com uma maçã. Só podia ser lá. Entro em algo bem diferente da fotografia da internet, com caixas empilhadas por todos os lados. Gentilmente começo com o tradicional discurso: Io no parlo italiano molto bène. Alguém aqui fala inglês? Uma funcionaria se ofereceu para me ajudar, mas ela ria mais do que falava. Não sei se era de mim, dela mesma ou da situação: um nativo em português tentando comprar um teclado em inglês numa loja só com teclados em italiano, sendo que ela não falava inglês, eu entendia italiano, e quando eu falava só saia espanhol. Ok, com muita paciência ela encontra o tal do teclado em inglês. Ela desandou a rir mesmo quando eu resolvi testar o teclado, apenas para ver se os acentos saiam no lugar certo. Antes de inventarem o teclado internacional no Mac, acentuar era algo que exigia uns 4 dedos ao mesmo tempo... Ela ainda resolveu empacotar o teclado. Novamente acesso de riso. Só achou uma caixinha que cabiam uns 14 teclados lá dentro. Saio eu na rua com o monstrengo debaixo do braço, parecia que tinha comprado uma metralhadora.

Passo pelo quartel e resolvo dizer para o guardinha que a praça era prá lá, deixa prá lá, laggiu, lassu, muito trabalho com advérbios de lugar que eu não lembro mais. Volto para o bonde e chego na Piazza del Popolo, entrei nela pelo arco que dá uma vista indescritível do tridente. É uma vista que pede um uau! E olha que já tinha estado lá. Fiquei ali paralisado, bobo, imaginando o que devem exclamar pessoas que falam idiomas desprovidos de vogais, como alemão ou islandês.


[Piazza del Popolo - wow, uau, uhu, uia, coño, opa... sem vogal não dá!]

Tinha algum tempo antes de ir para o aeroporto. Meu roteiro parecia simples. Ir até a Via del Corso e seguir até a estação Termini, pegar a mochila, pegar um trem e seguir até o aeroporto. Parecia, porque mal sabia eu que eu levaria quase 3 horas para fazer um percurso de 35 minutos caminhando.

Chego na parada de ônibus. Um canteiro ampliado no meio da rua com gente pendurada. Sem cobertura, sem banco, só uma parada com o itinerário dos ônibus. Bom, tinha um que seguia para Termini. Largo a caixa do teclado, digo metralhadora no chão e espero pelo ônibus. E espero. E espero. 20 minutos depois e nada, chega um guri que chamarei de Carlo. O Carlo chega com uma mala maior do que ele (deduzi qe ia para estação) e espera. E espera. E espera. Depois de 40 minutos esperando ele decide caminhar. Depois de 10 minutos, já sem o Carlo para espelhar minha tragédia de espera, quando completei 65 minutos de espera decidi ir caminhando.

Chegando na parada seguinte, eis que passa o ônibus. Consegui entrar, quero dizer, consegui me agarrar na porta. O ônibus tava tão cheio que não cabia ninguém, imagina um cara com uma metralhadora. Obviamente não deixei a porta fechar até que aquele povo achasse um lugar pra mim lá dentro. Arrumaram e eu fiquei espremido por uns 30 minutos até que saíram algumas e eu pudesse ver onde estávamos. Estávamos numa rotatória pequena, nós e mais uns 50 veículos totalmente congestionados. É hoje que eu não volto para casa...

A cena mais indescritível aconteceu quando já dava para avistar a estação Termini. Eis que surge uma grande rotatória e pensei comigo mesmo: se for como na última (25m atrás), estou ferrado. Melhor puxar o freio de emergência e saltar ali mesmo. Munido de uma dose de paciência extra, encarei os fatos: bom, não deve demorar tanto assim, essa é bem maior do que a outra e eu ainda tenho tempo. Nisso avisto o Carlo caminhando com a malinha dele do outro lado da rua. Dois a zero pra ele. Rotatórias, rótulas e essas coisas que servem para fazer fluir o trânsito, em Roma não tem o mesmo objetivo. Acho que até serviam quando tinha duas ou três bigas no trânsito, mas dois mil anos depois, os romanos concluíram que é muito mais fácil dirigir com a buzina do que com o volante e do que acertar o trânsito.

Depois de 10 minutos em que o ônibus não saiu do lugar preso na rótula, caminhei ate a frente do ônibus para dar uma biaba na orelha do motorista, quando vejo que ele gentilmente deixava que um táxi saísse da esquerda para direita se atravessando na frente de 4 ônibus e trancando tudo por outros 10 minutos. Sorte dele que estava encerrado numa cabine de vidro a prova de som e carros bomba, porque com a minha metralhadora, digo teclado, ia fazer um baita estrago nele. Ainda foram outros 8 minutos até chegar na estação. Correndo, pego a mochila, compro a passagem e corro para o trem.

Entrando no trem, eis que surge uma criatura com uma mochila dessas com a qual a gente passa três meses fora de casa, entalado entre duas poltronas, impedindo as pessoas de circularem para chegarem aos seus assentos. Com um copo com Campari na mão, um cheiro de álcool que me fez me sentir em um posto de combustível, ele cantarolava Volare e perguntava se aquele era o trem para o aeroporto. Sentei longe da criatura, mas volta e meia era possível ouvir quando ele desafinava no Voooolare...

Trinta minutos depois, chego ao aeroporto. Quando vão inventar uma estação de trens dentro do aeroporto? Caminho com a minha mochila nas costas, minha malinha dependurada no ombro direito e minha metralhadora, digo teclado sob o esquerdo. Fila do check in (gigantesca)a funcionara da Lufthansa mais preocupada com as minhas poltronas e com a metralhadora, digo teclado, esqueceu de me cobrar os 78 euros de multa pela alteração da passagem. Bom, vão me cobrar dentro do avião... Passo pela segurança com o teclado, digo metralhadora – caixa muito suspeita – e chego no portão de embarque. Vôo lotado, só uns velhinhos alemães voltando pra casa. Se somassem a idade de todos os passageiros e diminuíssem o resultado do ano que estamos, acho que voltaríamos a idade dos metais...

Embarco correndo quando a funcionaria olha no me bilhete que eu estava embarcando dia 22 com uma passagem do dia 23. Me perguntou se eu tinha pago as taxas, me fiz de louco e não respondi nada. Ela também não falou nada. Quando o avião deu ré, pensei: escapei! De fato escapei. Só espero que ninguém da VARIG passe pelo blog.



Bom, Roma é mesmo uma confusão, um caos, mas mesmo assim é uma das cidades que eu mais gosto no mundo. As pessoas parecem estar tão habituadas a essa confusão que nem protestam, não reclamam, imagina isso nos EUA. Essas sutilezas culturais é que me fazem querer viajar.

Nonsense e hipocrisia

Friday, July 22, 2005 6:37 AM Posted by Lucas Welter 0 comments
Duas coisas básicas para o bom andamento do planeta: nonsense e hipocrisia. A vida fica mais leve com as doses certas.

Meus óculos deram a volta ao mundo em mais de 80 dias...

Monday, July 11, 2005 6:35 AM Posted by Lucas Welter 0 comments
Em setembro de 2003 estive na Alemanha, onde passei alguns dias na casa da minha amiga Frauke em Osnabrük. Dias depois continuei minha viagem pela Alemanha e chegando em Berlin, dei falta dos meus óculos escuros. Achei que tinham ficado pelo caminho, mas não tinha nem idéia de onde.

Quando voltei para o Brasil, passei uma semana em Natal/RN e nunca lamentei tanto ter perdido os óculos. Tenho outros, mas gostava daqueles. Não eram caros, mas também nem tão baratos... Tentei comprar outros, mas o modelo tinha saído de linha. Tempos depois, ainda procurava por aquele modelo.

Pula para fevereiro de 2005. Recebo um cartão da amiga que visitei em Osnabrük (Frauke), entregue por uma outra amiga brasileira, a Ângela, que tinha estado com ela em Hamburgo uma semana atrás. No cartão ela me perguntou se eu sabia a história dos meus óculos... boa pergunta, eu não sabia a história muito menos o destino dos meus óculos.

Na verdade meus óculos foram esquecidos na casa da Frauke na Alemanha. Quando ela encontrou, entregou para uma amiga em comum, Annette – diretora de programas do AFS Alemanha - entregar para um outro amigo em comum - Eduardo, superintendente do AFS Brasil - em um congresso que haveria em outubro, no Pananá. Nossa amiga Annette leva os meus óculos para o Panamá e casualmente os esquece em uma mesa em que almoçava com um outro amigo em comum (quantos amigos em comum...). Este outro amigo, Rolando - superintendente do AFS da Costa Rica - , pensando que o óculos eram da Annette, leva eles para Costa Rica, afinal, cedo ou tarde, amigos em comum (não sei mais quais deles...) se encontrariam. Rolando nem sonhava que os óculos eram meus.

Outubro de 2004. Novo congresso, nova reunião de amigos em comum, desta vez no Japão. Rolando (Costa Rica) leva os meus óculos para o Japão para devolver para a pseudo-dona, Annette (Alemanha). Esta recebe os óculos , mas (razões desconhecidas...) não os entrega para o Eduardo, que poderia me devolvê-los facilmente. Os óculos voltaram para Alemanha apos o tour japonês. E assim, voltamos para o começo da história. A Ângela encontra com a Frauke e a Annette em um seminário na Alemanha, mas também não recebe os óculos de volta e sim um cartão contando a história. A Frauke, assim como a Ângela, também soubera da história naquele momento. Meio cósmico...

Fiquei sabendo disso em fevereiro de 2005. Em abril, haveria um novo encontro de amigos em comum. Eu deveria encontrar com Mick – superintendente do AFS Alemanha e chefe da Annette. Escrevi para Annette e ela me contou que não tinha desistido de me devolver os óculos e que ela tinha plano de férias para eles: levar os óculos para o Panamá em uma outra reunião e entregar para um amigo paraguaio, o Tachi – hoje presidente do AFS Internacional, que levaria eles para Nova Iorque e deixaria lá para o Eduardo pegar lá por junho, em uma outra reunião. Quando contei que encontraria com o chefe dela (Mick) na Itália, ela me escreveu dizendo que não poderia negar a oportunidade de dar aos óculos um tour pela Toscana. Assim, tudo combinado.

Pula para abril de 2005, na Toscana. Encontro com o Mick (superintendente do AFS Alemanha) e pergunto pelos óculos. Ele não sabia de nada (??) mas achou a história bem divertida. Que consolo... Vou pra cama me perguntado o que deverá ter acontecido. No dia seguinte uma outra amiga em comum (Elisabeth), uma belga dessa vez, me entrega um pacote com os óculos e duas barras de chocolate. Finalmente os óculos voltaram para o dono, graças aos esforços de amigos em comum, porém com uma paradinha em Bruxelas...

Resumo dos fatos:
1 óculos perdido
+ 7 países
+ 9 pessoas envolvidas
+ 19 meses longe + duas barras de chocolate
= AFS

Fechado para balanço

Tuesday, June 28, 2005 9:40 AM Posted by Lucas Welter 0 comments
Sunday, December 19, 2004 7:32 AM
Breve comentário: Escrevi isso em forma de email para meu orientador de iniciação científica. Retirei alguns nomes, afinal ainda acredito que um mínimo de hipocrisia é necessário para o mundo girar.

Hoje estou escrevendo para reconhecer como os 4 ou 5 anos Iniciação Científica me fizeram um cara mais antenado. Os estímulos para ler e buscar sempre o novo definitivamente contribuíram para que eu me tornasse mais erudito que muitos dos colegas ao meu redor. Por que será que a maioria dos estudantes de arquitetura lê tão pouco? Falta hábito? Me refiro basicamente aos estudantes, mas lembra de quando comentei que Heidegger foi citado como sendo portador de um diploma de arquitetura por um dos professores lá na FA-UFRGS? E como ele insistiu naquilo.

Este semestre aqui nos USA foi só uma prova disso. Foram poucos os alunos que tinham lido alguma coisa além do básico do básico. Acredita que um dos meus roomates, major em landscape architecture nunca tinha lido Kevin Lynch? E que o outro, o queridinho da faculdade, que apesar de saber quase tudo sobre Koolhaas, nunca leu Jane Jacobs? E que eu fui super respeitado o tempo todo justamente por saber muito mais do que a média sobre teoria e arquitetos famosos? É engraçado como as pessoas tem medo quando se sabe um pouquinho mais do que elas.

O semestre acabou bem. Trabalhei muito mais do que estou acostumado, e agora estou curtindo minhas primeiras 24 horas de férias com neve do lado de fora e previsão de menos 12 Celcius para amanhã. State College já está vazia exceção de umas criaturas como eu... Meu último roomate vai embora amanhã e eu continuo aqui até quinta, quando migro para NYC. Ontem uma surpresa: Shaun, o guri que me alugou o quarto e que estava em Brasília pelo consórcio voltou e veio me conhecer. O guri é muito gente fina, super cabeça e até divertido. Vai ficar por aqui até segunda.

Minha orientadora adorou uma maquete que eu fiz para um projeto comunitário em Harrisburg. A universidade pagou os materiais (me emprestaram o cartão de crédito corporate e me mandaram para papelaria...) e eu fiz a maquete mais porque estava interessado em usar o laser cutter (que custa mais do que toda a nossa faculdade aí no Brasil) do que qualquer outra coisa. Só ouvi dela: come back to take graduate studies here. We need more people like you... Não sei exatamente o que ela quis dizer com o like you, mas taí algo que a gente não pergunta... Chamaram todo mundo para ver a maquete, fiquei super orgulhoso. E nem ficou tão boa assim, para um former monitor da cadeira de maquetes...

Aliás meu projeto da cadeira de projeto (Design Research IV) foi a coisa mais Lynchiana possível. Muito mais percepção do que na estação de trem de Projeto 5. Mostrei para uma professora antes de submeter às criticas do meu studio e ela me disse: acho que tu conheces Lynch muito bem...

Ah, lembrei de outra: os estudantes da pós-graduação montando um questionário de pesquisa, um roteiro de entrevistas. Eu e a Ciça demos uma aula que eles ficaram constrangidos. Como é que pode, alunos de mestrado que não tem o mínimo de conhecimento sobre metodologia de pesquisa? Começamos esclarecendo o que era uma pesquisa qualitativa e quantitativa. Parece piada, mas acho que levanta nossa auto-estima de subdesenvolvidos

Agora, de férias, vou para NYC passar o Natal, a mãe da Ciça vem para cá, vamos juntos para Boston (vou a Harvard e ao MIT - prédio novo do Gehry...) e passo o ano novo em NYC. Depois vou passar duas semanas em Porto Rico – raízes profundas – e depois volto para NYC. E ainda vou passar uns 5 dias em São Francisco com uma passagem grátis que eu tinha na Delta. Volto para o Brasil dia 26 de janeiro, se a CAPES conseguir marcar minha passagem.
Como é na época do Fórum Social Mundial, só estão conseguindo NYC - Buenos Aires - POA (com American Airlines). Escrevi de volta xingando, dizendo que não sabem procurar no sistema de reservas. Não tem lugar no trecho Guarulhos-POA, mas tem no trecho Galeão-POA. Então qual é o problema de me mandar para o Rio? Além disso, olha o stress de voltar pra casa via Argentina... E sem milhas Smiles, que sacrilégio... Isto estará no meu relatório: como uma agência do governo dá preferência ao capital estrangeiro (American Airlines)? De brinde, com certeza, virá uma carteirinha do partido... Mandei um email com várias possibilidades de itinerário pra eles se acharem. Sério, depois que aprendi alguns macetes como o alfabeto das reservas e a fuçar no sistema de reservas online começaram a me respeitar ( e dar upgrades)... Nada como ser metido.

Bom, vou voltar a hibernar, só pretendo acordar daqui a umas 36 horas, quando comerei alguma coisa e voltarei a dormir por outras 36 horas. Então estarei pronto para começar a jornada de viagens. Pena que as temperaturas estejam pouco convidativas...

A Odisséia das Lentes de Contato

Monday, May 30, 2005 1:22 PM Posted by Lucas Welter 2 comments
Capítulo especial e fora de ordem (como tudo na minha existência...)
[isso aconteceu no final de setembro começo de outubro]

Lembram quando eu disse que aqui a responsabilidade é de quem vende as coisas e não de quem compra? Pois é, pelas leis americanas (sou leigo em direito – apesar da carga genética - , meus amigos juridicamente corretos me corrijam...), o consumidor é sempre otário e enganado, então quem vende é que tem que certificar que o consumidor otário e enganado não vai fazer besteira com o produto dele e processá-lo depois. No Brasil não vamos escapar disso, pois nosso código de defesa do consumidor nos induz ao mesmo caminho, mas por algum tempo, até a moda pegar ou sobrarem advogados no mercado, ainda estaremos imunes. Vou explicar.


Tentativa #1 para comprar lentes de contato.

Vou até o WalMart*, o único lugar em State College onde tem as maravilhosas lentes de contato descartáveis Acuvue 2 da Johnson & Johnson (sim, eles estão me pagando para escrever isso...). Ao tentar comprar, fui informado que precisava da receita, ^ironia on^ igualzinho como me pedem nas Íris Color da Rua da Praia ^ironia off^. Ok, voltaria outro dia com a receita. Realmente é muito mais barato.

* (leiam a semana passada, onde relato como é fácil chegar no Walmart...) (comentário – ok, perdi esse texto, mas vou dar uma dica: 25 minutos em um ônibus que só passa de hora em hora. Ou seja, chegando no Walmart, mesmo que eu resolva minha vida em 5 minutos, tenho que esperar outros 55 pelo próximo ônibus.)

Tentativa #2 para comprar lentes de contato.

Vou eu novamente ao WalMart, munido da minha receita de lentes, que a Doutora Daniela preparou com muito amor e carinho. Chegando no WalMart, me informam que na receita não tem a tal da Base Curve. Informo que no Brasil não tem problema, que só tem um tipo de lente, etc, etc, que a minha é 8.7, e nada. “Se não tá escrito, não posso vender” disse a vendedora. Após chorar um pouco ela me explicou essa história que aqui no USA as pessoas processam com muita facilidade. Indústria do processo diria a minha mãe no Brasil... Volto para casa frustrado.

Tentativa #3 para comprar lentes de contato.

Vou eu pela terceira vez, munido da receita com um apenso (tô jurídico hoje...) um Post it com a tal da curva base. Chegando lá, a vendedora (a essa altura conhecia todas) verifica no computador, aceita a trambicagem do Post it, mas descobriu que faltava outro maravilhoso dado na receita... Mandei ela escrever tudo o que ela queria na receita e disse que ia falar com a minha médica no Brasil e que ela mandaria por email a receita. Não, querido, por email não serve, tem que ser por fax. Expliquei que minha geração não conhecia fax, que fax era algo que minha mãe adorava e não eu. Sem discussão, ou vem por fax ou nada feito. Incomodei a queridíssima Dra. Daniela que fez a gentileza de mandar a receita por fax.

Tentativa #4 para comprar lentes de contato.

Tá, fui al disposto a quebrar pelo menos uma vitrine caso não saísse com as lentes. E foi por pouco. Chegando lá, a tradicional fala: remember me? - No, disse a criatura. Minha sorte foi que outra lá de trás disse: I remember you! Tua receita chegou por fax... Depois de muito procurar, ligarem para supervisora, pensarem que acharam a receita, acharem de fato a receita. Então a melhor: não é que eles não tinham a lente em estoque? Mandaram eu voltar outro dia. No way. Mandei verem na outra loja, do outro lado da cidade e mandei trazerem. Esperei meia hora, mas sai de lá com as lentes. Agora estou cadastrado no sistema. Posso comprar lentes em qualquer WalMart do USA sem receita... Por um ano.

Conclusão

Após muito conversar com o Mike sobre o assunto e ele agüentar a minha frustração e ter se oferecido para ir até Altoona (40 min) para irmos numa ótica de bairro e passar uma conversa na vendedora, entendi um pouco mais sobre essa confusão que é a questão da responsabilidade por aqui. Os americanos não querem mais saber de responsabilidade nenhuma, só querem saber dos seus direitos. O que é muito legal e era uma das coisas que eu admirava nos USA, comecei a ver como outros olhos. É só a gente olhar ao redor e ver que tudo é uma grande desculpa para ninguém assumir nada do que faz no país. Prova disso é a eleição que se aproxima. Tenho pena das gerações futuras aqui nos USA. Mas pelo menos tenho lentes de contato.

Do baú. Lezioni Americani

Thursday, May 26, 2005 7:28 AM Posted by Lucas Welter 0 comments
Publicado originalmente em 7 de outubro de 2004, 11h30min PM

Tinha prometido para mim mesmo que quando passasse a entrega de projeto dessa semana iria atualizar o blog...

Quase virei a noite [do jargão arquitetês virar: passar a noite acordado] passada preparando o painel de projeto. Hoje meu grupo foi o segundo grupo a apresentar, foi muito legal, levamos quase 50 minutos entre apresentação e comentários, tentei fazer algo bem interativo, envolvendo a turma, mas conclui que o inglês, quero dizer o idioma de forma geral, não ajuda muito. Inglês é um idioma muito monótono, sem grandes entonações para fazer uma mega apresentação. Quem quiser discordar, estou às ordens.

Tudo aquilo que conversei e aprendi com o Lineu foi colocado em pratica numa análise muito interessante sobre as estratégias de revitalização da Regent Street em Londres. O trabalho se chamou “Main Streets Under Control”, sendo esse control, bom, com vários significados.


Segunda-feira, 27 de setembro

Primeira etapa de projeto. Análise da área. Meu grupo acabou se entendendo no domingo depois de um começo traumático e fizemos um excelente trabalho. Acho que dei sorte, estava com os melhores alunos da sala no grupo, meio que por acaso (e não sabia...). São os professores que escolhem os grupos e eles trocam de etapa para etapa. Algo novo para mim. Assim, todo mundo trabalha com todo mundo, porém nunca tem nenhum resultado excepcional, pois os melhores estão sempre espalhados e não unidos em um super grupo... A aula foi enorme, das 13h30min às 18h, professores convidados, convidada externa com comentários toscos, enfim, um acontecimento.

Nosso professor fez a gentileza de comprar queijos e uvas para tornar a tarde menos dolorida. Bom, estou me queixando a toa. Os dois professores são o máximo, posso até afirmar que isso tudo está valendo por eles. São muito tranqüilos em termos de ritmo, estão presentes o tempo todo (3 vezes por semana das 13h30min às 17h30min), ficam na sala de aula, se marcar hora estão a disposição, são super eruditos, conversam qualquer coisa e são muito apaixonados por arquitetura. Alem disso têm um repertório fantástico, estimulam a gente a saber e ler mais, trazem muita coisa para aula, relacionam com o que está acontecendo no mundo em termos de arquitetura, realmente estou gostando.

Dando um exemplo, estamos fazendo um caderno/livro da turma toda sobre o projeto de Harrisburg, é o Harrisbook (haja marketing...). Estamos usando Adobe InDesign. Como ninguém sabia usar, deram uma aula de InDesign pra gente. Dão altas dicas de como trabalhar com imagens e arquivos pesados, corrigem nossa postura corporal na hora de apresentar e consertam o inglês de todo mundo, afinal americanos também não falam inglês, ^ironia on^ igualzinho à UFRGS ^ironia off^... Mas eles também são exceção. Aqui também tem professores malas.

Não mencionei, mas tem computador pra todo mundo, logo a aula de InDesign pode ser dada. Já no Brasil... porém vejo isso como uma vantagem: nós temos que nos virar bem mais que essa galera daqui. Temos que correr atrás, nada cai pronto. Tudo para eles parece difícil caso tenham que se mexer um pouco. Lições Americanas. Explicações culturais para outro dia, os comentários perderiam a graça com explicações técnicas...


Terça-feira, 28 de setembro

Como na quarta era aniversário do Jeff, e ele estava fazendo 21 anos, ficamos acordados até a meia noite para comemorar. O Jeff é o bebê da casa. Fazer 21 anos é muito importante, porque significa que se pode sair e beber em bares. É muito sério. Na primeira noite que saí, deixei meu passaporte em casa. Tive que voltar buscar. Minhas outras 3 identidades não valiam... Here we only accept the Pennsylvania Driver’s License, any other US state or Canadian Driver’s license or a valid passport – disse o gorila da porta. Gostei do detalhe do passaporte válido... Desde então, toda vez que vamos sair, alguém me lembra do passaporte. Os caras conferem mesmo, olham mesmo para ti e para a foto várias vezes e ainda fazem contas para saber a idade da gente. Alguns seguranças menos privilegiados em matemática tem até uma calculadora... Desde a semana passada, passaram e exigir o cartão da universidade em função da foto atualizada.

Por que tão rígidos? Aqui a responsabilidade é de quem vende as coisas e não de quem compra. O consumidor é sempre otário e enganado, então quem vende é que tem que certificar que o consumidor otário e enganado não vai fazer besteira com o produto dele e processá-lo depois. Pensem nos filmes que vocês já viram sobre isso. Ainda volto para esse tópico.

Bom, meia noite o Jeff fez 21, a gente deu um banho de champanha nele e arrastamos o coitado para o bar mais próximo de casa no intuito de deixá-lo em coma alcoólico. Devo dizer que quase fomos bem sucedidos. No meio da madrugada o Mike achou ele dormindo no banheiro... Fomos sucessivamente pagando bebida para ele até o bar fechar, às duas da manhã. Sim, aqui os bares fecham às duas. Lei. Na verdade eles tem que parar de vender bebida alcoólica às duas da manhã, o que dá quase na mesma que fechar... Vai todo mundo para casa. É legal porque a gente não se acaba tanto e está mais inteiro no dia seguinte, apesar de ser bastante fácil de se acabar antes das duas. Uma questão de doses...


Quarta-feira, 29 de setembro

Noite, jantar na casa do coordenador do nosso projeto aqui na Penn State, professor Michael Rios. Mora com e esposa e filha numa casa bem legal, passando o campo de Golf da universidade. Sim, a Universidade tem dois campos de Golf, onde os 500.000 alumni podem jogar nos finas de semana quando voltam para State College para relembrar os anos da pós adolescência nesta cidade universitária... Bom, a vizinhança do professor Rios é das mais tranqüilas, reduto de professores e famílias felizes (primeira classe), longe da confusão dos estudantes (classe econômica).

A vantagem é dá para ir a pé de casa, só cruzando o campo de Golf. No convite da nossa orientadora dizia: Lucas will make his famous caipirinhas, the delicious Brazilian drink. Casa lotada...

Jantar legal, convidados legais e os assuntos variaram entre problemas de infra-estrutura no Brasil e porque usar roupas largas é legal. Na verdade não é legal, é mais barato para indústria, que só tem que fazer uns três tamanhos: largo, bastante largo e exageradamente largo. Segundo meu professor, um crime, pois é o único momento das nossas vidas que estamos com o corpo no lugar e que podemos exibir nossos dotes, porém a indústria da moda nos convenceu que o legal é esconder tudo atrás de roupas largas... não perdi o sono por isso, mas o ponto dele não deixa de ter fundamento. Garanto que não foi decorrência das caipirinhas. Minha orientadora arrumou uma Velho Barreiro Gold...


Quinta-feira, 30 de setembro

Acontecimento do dia: prova de fotografia. Quatro páginas de Susan Sontag, história da fotografia, lentes complexas, e exercícios técnicos. Resultado, o professor disse que quem acertasse 50% estava no topo. Ontem recebi minha prova de volta: 56%. What a shame para um mega graduado no assunto!

Hoje fui ao supermercado com os guris. De longe o supermercado mais legal que já entrei (e olha que eu sou viajado... depois entrei em outro mais bacana em Chicago, mas um pouco caro...). Umas duas vezes o Zaffari da Lima e Silva, muito legal, muito bonito, ecologicamente responsável, sem sacolas plásticas, só saco de papel, ambiente muito aconchegante. Passaria a tarde lá. Uma coisa que me impressiona aqui nos USA é a variedade de coisas e de produtos. Meu vocabulário não dá para descrever.

Mas de verdade, o grande acontecimento do dia foi o primeiro debate Bush-Kerry. Estamos preocupados com o Kerry. Não sei se vai ser dessa vez. O cara é bom, articulado, mas o Bush tem um carisma que ninguém consegue explicar. Acho que porque ele é limitado, como o Lula, então a população se identifica. Fala as coisas sem pensar, sem ter medo das conseqüências. Acho que as pessoas gostam disso. Novamente usaria conceitos culturais para explicar isso, mas Hofestede que me perdoe. Já o Kerry vem da elite (Boston vs. Texas...), tipo o Serra. Além disso, tem o maluco colégio eleitoral, em que quem ganha no estado, ganha todos os votos. A Pennsylvania é um dos estados de guerra, tem uns 32 membros no colégio e o Kerry tá com vantagem de 1 ponto. É um dos estados visados pelo tamanho do colégio e não é nem democrata convicto como NY nem republicano amalucado como o Texas. O Bush só fala do “terror”, aliás esse foi o tema do debate. Gostei muito do Kerry, até o inglês dele é muito superior. As pesquisas também estão confusas, tá tudo meio embolado. Não sei se é verdade ou se não querem se comprometer depois do fiasco da última eleição onde a CNN anunciou uma coisa e deu outra. Aliás, dá para levar a sério um sistema eleitoral onde a totalização dos votos é feita pela CNN?


Sexta-feira, 1 de outubro

Aula muito bacana, simulamos sem saber um assembléia de bairro, se é que isso pode ser legal. Meio que sem querer. Fizemos um exercício muito rápido e começamos a votar de forma exaustiva todas as questões possíveis relacionadas com o exercício. Lá pela décima segunda votação as pessoas votavam por votar, sem se importar com o conteúdo. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência. Democracia levada aos extremos pode dar dor de cabeça, alem de perder o rumo. Fomos liberados uma hora mais cedo para curtir o final de uma sexta-feira de sol, uma das últimas antes do inverno. Não que o sol desapareça no inverno, mas nessa latitude, às 4h já vai estar escuro demais para fotossíntese...


Sábado, 2 de outubro

Dia em Washington com a cadeira de fotografia visitando a National Galery.
Eu + Washington + tempo bom = impossível.

Sábado à noite tava um frio desgraçado, mesmo para um gaúcho da serra: 5 graus. Foi a média desde então. Durante a noite, entre 4 e 5 graus e durante o dia não passa dos 12, mesmo com um solaço lá fora. Noite no Bar Bleu, onde o Mike toca guitarra numa banda de Jazz. Corcovado em minha homenagem. E como sempre Kansas City. Jazz lovers, babem.


Domingo, 3 de outubro

Dia de acordar tarde e fazer faxina em casa. Mutirão: aspirador, banheiros, cozinhas, todo mundo ajudou, pela primeira vez desde que estou aqui...

Bom, vou parar por aqui para acabar uns trabalhos para o AFS. Estarei no Brasil na semana que vem para a Convenção Nacional do AFS. Mas coloco no ar as fotos da Falling Water antes disso.

Sobre o blog

Wednesday, May 18, 2005 9:00 AM Posted by Lucas Welter 0 comments
[esse post perdeu completamente o sentido... escrevi ele quando estava meio azedo... mas não vou me justificar... vou colocar um pouco de cor... mas só nas fotos!]

Se alguém espera ver por aqui textos poéticos de como a vida é linda, já vou avisando, tchau!

Mas também não se preocupem, não tenho a veia trágica. Como em Melinda & Melinda (Woody Allen, apesar das tiradas cômicas do filme ainda não decidi se gostei ou não...), tudo pode ser contado sob o ângulo trágico ou cômico. Optei pelo cômico, pelo sarcástico, pelo ácido (ou meus melhores amigos não me reconheceriam...). E antes que comentem, sim, tenho uma coleção pessoal de pontos, travessões, parêntesis e sinais gráficos diversos.

Porém, eu sou um cara do bem, já que ele sempre ganha no final. E como eu sempre ganho no final ou dou um jeito de ganhar, logo eu sou do bem. Bem convencido.

PS. Sobre o design, vai ser clean e ponto. Mais do que o anterior. E as fotos preto e branco. Minimalista. Mínimo. Se tu gostas de Casa Cor e outros malabarismos, problema teu.

Me explicando...

Monday, May 16, 2005 9:29 AM Posted by Lucas Welter 2 comments
Tá, montei um blog, e daí? Como estou me sentindo ridículo, vou me explicar. Ter que me explicar também me faz sentir ridículo, mesmo assim vamos em frente.
Por que um blog? Por mera preguiça.

Acompanho blogs há algum tempo e achei que era uma boa idéia enquanto estivesse nos USA, afinal, não queria perder vínculos com as pessoas que tenho por perto. E como não queria passar dias escrevendo emails personalizadíssimos (embora alguns amigos de verdade mereçam...), achei que pouparia tempo. Foi por mera preguiça mesmo.

O blog fez sucesso enquanto durou. Agüentei uns 3 meses. Depois cansei e o meu semestre apertou. Acabou ficando mais fácil escrever uma porção de emails de duas linhas para galera que uma porção de linhas no blog. Depois me senti culpado de não ter continuado. Já avisei, estou me explicando e me sentindo ridículo... Então, quando quis me redimir, a Globo tinha tirou meu blog do ar por falta de atualização (agora lembrei do Brizola e quanto ele odiava a Globo... fiquei com um sorrisinho debochado no rosto...). Bom, recuperei alguns textos em que eu achava graça das coisas que me aconteciam (e elas de mim...) e resolvi republicá-los.

Vamos ver como isso acaba...