Desculpem

Prezados leitores,

Me ausentarei por uns dias para digerir uma situação que está sendo ruim de assimilar. E como não quero cansá-los com posts sem graça, peço um tempo [curto :) ] Gracias para Dra. Sirley, Denise e otros amigos próximos por me escutarem. Prometo que volto com novas histórias divertidas assim que me recuperar.

O Editor.

Natal?

9:09 AM Posted by Lucas Welter 2 comments
Fui informado pela Dra. Sirley que a casa está devidamente paramentada para o Natal, com decoração especial para 2006 (leia-se: Natal Luz ficou no chinelo...), esperando a neta Luiza.

Como só passarei por lá quase no Natal e não quero ser esquecido, resolvi me adiantar na carta para esse ano...

Querido Papai Noel,

Não agüento mais brigar com essas pessoas que cismam em dizer que o senhor não existe! Todo ano você vem, me traz presentes e vem sempre um chato querendo me convencer de que você não é real... Será possível?

Olha, obrigado peos presentes do ano passado. Fizeram meu ano ser muito especial. Aliás, gordinho, esse ano passou muito rápido, heim? Parece que foi ontem que eu estava escrevendo para o senhor! Bom, aí vão meus pedidos para este ano:

Sabe aquelas sementinhas que eu plantei? Por favor, se elas já tiverem na hora de colher, o senhor poderia trazer para mim? Eu ia adorar! E eu queria pedir também pra trazer um pouco mais de paz para minha cidade. Já estou cansado de ter que conviver com tanta violência e insegurança por aí. Pra minha família e amigos, muita saúde, sucesso, felicidade... E pro Grêmio pelo menos um título, se não for pedir demais!

Como deu Lula aqui no Brasil, imagino que neste Natal o volume de pedidos deve ter aumentado muito, assim não vou me estender. Um beijo na Mamãe Noel. E cuida do regime, heim? Olha lá! Um beijo e até breve.

Ah, se o senhor quiser trazer um apartamento, carro, dinheiro, coisas assim, eu juro que não me importo.

Lucas

Mientras tanto...


Sumido... na verdade exilado... no Paraguay. Notícias frequentes a partir de segunda.

Landed

Landed significa trazer algo à terra. Eu entendo como aterrado, preso à terra. Eis como eu me sinto. Landed, em Buenos Aires.
- Mas tu não ias para o Paraguay?
- Bom, eu pretendo... mas o caminho mais curto é via Buenos Aires.


E quem disse que o caos se resumia ao domingo. Chegando no aeroporto às 6h da manhã, com check in feito, descubro que meu vôo estava só 3h atrasado e lá se ia novamente a conexão de Assunção para o espaço (para Assunção mesmo...). Que forma de começar a segunda... ou melhor, de terminar o domingo.

Direto ao guichê 32, onde já estavam alguns conhecidos... entre eles a galera de Miami. Incrível... eles tinha feito check in às 5 da matina e a TAM tinha confirmado que a aeronave estava no solo. Misteriosamente (!!) ela desapareceu às 5h45min... Depois descobrimos que estavam usando nossa aeronave para mandar a galera para Brasília.

Aí, com muito amor e carinho, armei um pequeno circo e fui acompanhado pelo povo de Miami. Colocaram a gente rapidinho na sala VIP e designaram a Raquel para nos atender. A Raquel não é muito iluminada, mas teve uma boa vontade fora do sério. Depois de explicar que a galera de Miami só ia à noite e que tinham novamente perdido a conexão, eu tive que explicar pra ela que eu só queria ir a Assunção e não tinha nada a ver com o povo de Miami. Ahhs depois, começamos a vasculhar todas as possibilidades.

Na verdade eu vasculhei... e como faço o tema, conheço os vôos... Pedi para ela me mandar para Buenos Aires e depois para Asunción, tudo com a TAM mesmo (antes de esgotar as possibilidades via Guarulhos). Ela voltou decepcionada, o Buenos-Asunción decolaria 10 min antes do POA-Buenos chegar. Volta al plano inicial: me mandar às 10h da noite... no way.

- Vê na Gol, eu disse.
- O vôo da Gol está lotado e nem aparece no sistema (malditos sistemas, que legal botar a culpa neles...), ela disse.
- Mas eu acabei de passar lá e tem lugar (blefe meu – mentem pra mim, eu minto pra eles...).
- Vamos lá então, disse ela.
- O quê, vocês vão endossar a passagem*?
- Sim, mas só hoje e não conta pra ninguém...


*A TAM nunca endossa o bilhete. A Raquel nem sabia o procedimento... e a Débora disse que só acontecia a cada morte de papa ( O Bento que se cuide...)

Atacamos o supervisor da Gol que topou o esquema. Sair de POA às 10h da manhã via GOL e conexão para Asunción às 15h, chegando no Paraguay às 5 da tarde ao invés da meia-noite, com a TAM mesmo. Mesmo tempo de vôo... e de espera.

- Feito, me manda nesse. Vem cá, e a minha bagagem?
- Hum, vamos ver onde está.

- Está em São Paulo, mas a gente manda pra lá
- Tem certeza. Mando sim, dá o endereço do hotel.


Ok, mas para garantir, avisei a galera do Brasil que vai nesse vôo para recolher minha bagagem na esteira, que afinal vai com eles. Mega operação de guerra com telefonemas, recados, emails e um recado pro Diogo no check in da Gol...

Resumo: passei 3 horas com a Raquel, as filas continuam quilométricas, os vôos aqui na Argentina para o Brasil estão super atrasados, ninguém sabe de nada, a TAM continua fazendo a falcatrua de mudar aviões e botar a culpa no escalonamento de vôos, foi o meu carimbo no aeroporto mais caro até agora (18 dólares por 45 minutos no saguão do aeroporto – a TAM não tinha feito meu check in e eu tive que pagar a taxa de embarque de novo da Argentina) e eu tô morrendo de sono. Espero dormir no meu pijama. Veremos a odisséia da mala...

Momento mágico da manhã: reconhecer o Milton Zuanazzi (presidente da ANAC) e pedir uma salva de palmas pela incompetência dele e a galera acompanhar = não tem preço... pena que a TV chegou depois. Mas o cara não tem noção... botar os pés no aeroporto em pleno caos... cadê o sentido de auto-preservação?


next time...

Terraportos

Festa do batizado do Artur em Caxias. Momento família (depois eu coloco as fotos). Volto correndo para Porto Alegre no final do dia, pego a mala pronta em casa e rumo para o aeroporto. Vôo simples, para GRU e depois Assunção. Nada demais. Chegando no aeroporto, os primeiros sintomas do caos: o check in 32 da TAM lotado (aquele das reclamações...), a fila além de quilométrica não estava andando, até na VARIG tinha fila... Mais sintomas: passageiros xingando o pessoal das companhias.

Momento do desespero em que sou levado a considerar que realmente ficarei no solo: passageira cumprimenta a mulher que estava na minha frente na fila: minina, tô aqui desde 1h da tarde (hora local, 19h...). já entrei, já saí, já trocaram meu vôo, parece que até o jogo do Inter foi suspenso. Sim, chove lá fora, sei disso, mas afinal o que é uma chuvinha? O check in anda, mais lamentos e na hora do meu, tudo muito rápido e eficiente e me garantem que a hora de atraso que eu teria, em nada prejudicaria a minha conexão.

Vou para a sala de embarque e me deparo com o caos: muita gente jogada pelos cantos. Bando de gente sem o kit aeroporto... Me sento na frente do portão de embarque e espero o mundo acontecer. Comecei a mexer numa apresentação para o treinamento, mas não agüentei: tinha um grupo muito divertido do meu lado convencido que não ia canto nenhum. Um dos guris conhecia a gerente de RP da Infraero que veio até o grupo e esclareceu que o problema foi o radar em Curitiba. Sei... suspeitei de novo dos descontroles dos controladores...

Cena seguinte, faço amizade com dois outros caras indo para o México. Enquanto isso, 20h, embarcam uma galera para Congonhas. Embarcam, porque decolar que é bom, nada. Fico lá falando com os caras México should I go or should I stay, durante um bom tempo até que nos comunicam, às 21h30min que o povo para as conexões do JJ3180 deveriam visitar a posição 32 do check in da TAM... Me ferrei, pensei. E a galera que tinham embarcado às 20h, ainda não tinha decolado...

Antes de realmente fazer o tour até a posição 32, resolvi falar com que parecia mais espertinho das 3 criaturas que a TAM tinha colocado lá para controlar o povo. Depois do ocorrido em San José com a COPA/TACA (posts abaixo), fui o mais amável possível para falar com o coitado do tal do Murilo e nisso se mete uma perua ensandecida na minha frente, conta todo o caos da vida dela e da viagem de carro em BH ou sei lá onde era e sai o Murilo com o cartão de embarque dela retirar a bagagem do avião... Vi que ela tinha o último livro do Semler na mão, perguntei se ela tava gostando, ficamos conversando sobre o quanto ele tinha amadurecido do livro anterior. No fundo a mulher era boa gente. Volta o Murilo, encaminha ela para o hotel, me agradece por ter desviado a ensandecida e resolve me ajudar: lá fora tu falas com o Marcelo.

Vou lá pra fora, entro na fila da TAM. Me dou conta que meus recém mais novos amigos (os da galera da Infraero) estavam no check in. E isso que eles tinha saído lá de dentro há duas horas... Logo a fila tava levando duas horas... Desisto... Vou lá para trás e busco pelo tal do Marcelo. Descubro que o Marcelo é o chefe da TAM no aeroporto. Deixo ele resolver todos os problemas da galera, mas expliquei o meu. Gente querendo cancelar a viagem (O Marcelo cancelou), um senhor que queria alimentação (o Marcelo mandou ele para a fila de duas horas (que fome...)), a família de João Pessoa (gente boa demais), que só queria a bagagem de volta (o Marcelo explicou que a rampa estava um caos –rampa é o serviço de colocar e retirar a bagagem do avião), casalzinho apaixonado em roupas de marca dizendo que nunca mais voariam TAM e que a lua de mel em Paris estava arrasada... (não, o problema não é a TAM idiota, é o voto mesmo...) – estes o Marcelo ignorou... eu só disse confio em ti: qual é a melhor maneira de tu me mandares para Assunção? (e ele fez: dia seguinte, bem cedo de manhã, depois que o caos passasse – ainda me disse que não ia me mandar para GRU para um hotel às 3h da manhã para me acordarem às 4h para ir para o aeroporto de novo...) E a bagagem? Olha, pega ela lá em Asunción amanhã de manhã... (será?) Ah, quer saber, eu não posso fazer nada mesmo, não vão me deixar ir lá embaixo fazer a triagem eu mesmo, eu vou para casa. Meus amigos México acabavam de chegar, mesma situação.

Fui para o térreo, peguei um táxi e vim para casa. No caminho pensei em quanta gente egoísta tem... Na hora do caos e do pânico cada um só pensa em si. Eu fui bonzinho; cada um que chegava para falar com o Marcelo eu achava que o problema era pior que o meu e deixava passar na frente. Então vinha o cara e pedia um sanduíche... Um senhor comentou... a culpa não é da TAM, é da gente que votou errado. Vírgula, disse eu, o senhor pode ter votado... não me inclua no seu grupo. Aí outra se doeu: a culpa é do Lula agora? Aí, pela primeira vez eu me exaltei um pouquinho: claaaaro, só entender que o superávit primário foi conseguido com falta de investimento em infra-estrutura que tudo se explica... acho que foi demais para a pobre que só queria passar as férias em Alagoas...

E como diz o ministro da defesa: não aconteceu nada... Será que ele defende alguma coisa? E começo aqui a campanha pelo fim da ANAC: depois que substituíram os militares do DAC pelos militantes do PT, só confusão. Deixa eu dormir... toca voltar pro terraporto daqui a pouco.

Dica do dia

Eu juro que tentei escrever aqui muitas vezes no dia de hoje. Mas cada vez que entrava, o Blogger me dizia que estava em manutenção. Aliás essa é a palavra da semana:manutenção. Levei um baile ao usar serviços de atendimento ao cliente da Apple, da Claro, da TAM... e concluí que atendente de serviço de atendimento ao consumidor é alguém que fez algo muito ruim na vida passada. Ninguém merece escutar o que aquele povo escuta.

Bom, na verdade entrei aqui por causa de uma conversa que tive hoje sobre os aeroportos. Ou melhor terraportos, porque pro ar ninguém vai... Depois que os controladores de vôos se descontrolaram, salve-se quem puder.

Mas aí mais uma Dica do Luke Skywalker: o Kit Aeroporto.
O kit aeroporto consiste de colchonete de acampamento, lexotan, sundown, iPod, barras de cereal para já ir entrando no clima e camisinha, afinal... a gente nunca sabe.

Se você tem algum vôo programado, não saia de casa sem o kit. O Editor aqui aceita sugestões de artigos indispensáveis para o kit.

Mission Accomplished

Passa um pouco das três da manhã e acabo de acabar o relatório da Costa Rica. Descrevi em 12 páginas o que seria a organização dos meus sonhos. Espero que seja a organização dos sonhos deles... e o relatório dos sonhos do meu chefe... e que agora eu não sonhe com nada disso.


Parte do processo. Cada post it aqui tem uma razão para estar onde estar e ter a cor que tem. Mind maps... que só eu entendo.

Ode à pitanga madura

Sintoma de que eu preciso de um tempo.


E algo me diz que eu preciso voltar a tirar fotos com câmeras profissionais... Essas máquinas pequenas são legais... mas o resultado é sofrível.

Frag.men.tan.do

Ok, por sugestão subliminar, decidi fragmentar o mega-post anterior em 3. E eu odeio me explicar, mas vá lá... Os dois leitores que passam por aqui merecem.

E pior que tenho relatórios para fazer e essa chuva batendo na minha janela é um convite irresistível à melancolia, um chá quente em uma xícara, filminho bobo e sofá com várias almofadas. (a ordem dos fatores não altera o produto, a indolência) E eu que pensei que era novembro.

Tradicionais do Lucas' Journal

Momento Barsa (se eu fosse editor... baseado em experiências pessoais...)
Entrevista coletiva é o nome bonito que eles dão pra auto-exposição vexatória. Você vai lá, conta sua vida com mentiras parciais tentando ser formal, mas não tanto ao ponto que eles achem você ultra-chato. Dizer que pratica esportes radicais é sempre uma boa saída! Eles fingem que acreditam em tudo que ouviram e você finge que acredita que eles estão mesmo selecionando por perfil ou prestando atenção em você.

Já dinâmica de grupo é o pseudônimo de ridículo público extremado. Às vezes a empresa está paradona, tudo muito tedioso e por isso resolvem chamar uns panacas para dançar, fazer mímicas, desenhos, construir empresas em cinco minutos e/ou tudo isso junto.

Um dia, eu ainda vou revolucionar essa área de RH.

Post Scriptum

Aos pouquinhos retomo algumas coisas que eu adoro: ontem passei pela Amazon e coloquei mais alguns livros na minha Wish List. Em dezembro, quando passar pelos USA pego eles. Deixa eu despachar eles para casa da Mel antes que o matreiro vento norte leve ela para outro lugar.

Dicas do Luke Skywalker (sessão recém inaugurada no blog)
Eu tenho um cartão de crédito no Banco Real, com um limite de 500 reais só para fazer coisas na Internet: Amazon, email, compras em geral. Em caso de fraude, não preciso brigar por grandes quantias enquanto o banco estorna. Adoro as facilidades da internet, mas as tem muita gente mal intencionada... Hoje descubro que o banco quadruplicou o limite por conta própria, acabando com meu seguro contra fraudes... E quando pedi para retornar ao limite antigo, acharam que eu vivia em Saturno... Saturno não, expliquei. No Brasil mesmo.

I’m listening to Nada Surf. Enjoying my high speed Internet, I made a favor to myself and downloaded their new (to me...) CD. It’s an excellent rainy-afternoon album, full of gentle and melancholic beauty. Just Lucas. Just perfect.

Da Costa Rica para o México

11:42 PM Posted by Lucas Welter 0 comments
Na sexta-feira, meu vôo deveria deixar San José às 16h10min para o Panamá e depois para o México (a menor distância entre dois pontos nem sempre é a menor distância entre dois pontos – não no mundo das aerolíneas...). Feliz no aeroporto com Internet grátis - aliás nunca tinha visto um país com tanta internet grátis – até no lava-jato da esquina tinha internet grátis sem fio...-, o aeroporto fecha por 20 minutos e adivinhem: meu vôo não faz a escala prevista em San José e toca direto para o Panamá. Por 20 minutinhos. Depois de 45 minutos esperando explicações, todo mundo que estaria no vôo é convidado a entrar novamente na Costa Rica. Recolher bagagens, passar pela imigração e ir para a fila do check-in ver o que o futuro reservava.

Nesse momento bateu o pânico. Depois da minha semaninha de reclamações, se ficasse mais um dia aqui nesse país eu entraria em depressão. Encontro uma funcionária (Ana) do AFS Costa Rica que ia pegar o mesmo vôo para o Panamá e depois iria para Los Angeles. Cada atendimento no check-in da Copa estava levando 12 minutos em média (garoto desocupado eu para ficar calculando isso, heim?). Aproveitei para abrir o laptop. Olhei para os lados e tinha um monte de brasileiro xingando a galera da Copa. Teriam (mos) que dormir em San José e eles não estavam pagando táxi nem hotel, afinal o problema tinha sido climático... Olho para o laptop e decido que não podia ficar nem mais uma hora por lá (como se a decisão fosse minha...). Verifiquei todos os outros vôos da Copa e de todas as outras companhias. Descobri que tinha um da TACA que sairia em 60min e iria direto para o México. Hora de pensar nos plano B de como eu convenceria o coitado do funcionário-xingado-por-brasileiros-arrogantes-falando-portunhol a me colocar num outro vôo (lembrei do episódio VARIG – durante o brabo da crise era só entrar num aeroporto dizendo que era passageiro VARIG para no começo te evitarem, e depois te baterem...). Comprar outra passagem estava fora de cogitação: eu sou empregado junior... nem cartão de crédito corporativo eu tenho... Converso com a Ana (AFS CRC) para organizar o plano C – reservar o hotel mais próximo do aeroporto antes que a brasileirada sem vôo lotasse ele. Ligamos para o AFS e voilá: hotel de preço módico a 5min do aeroporto reservado. E uma van viria me buscar em 60minutos. Avisar o AFS do México que um dia talvez eu chegasse.

Chegando minha vez, 45min para o vôo da TACA decolar, usei todo o meu bom humor para implorar que me colocassem no outro vôo, afinal, na CRC eu não podia ficar por motivos de saúde mental. E não é que a moça aceitou? Falou com a chefe, que falou com a supervisora, que falou com o despachante da Taca, que reservou meu lugar, que falou com a supervisora dele, que falou novamente com a supervisora da Copa, que falou com sei lá quem... e que voltou depois de 20 min com uma passagem emitida manualmente. E eu de check-in feito, chegaria no México, 20 minutos antes do que estivesse voando pela Copa. Tem horas que só o universo me salva.

Vôo exemplar, a TACA só tem Airbus novinhos em folha. E a Ana só consegui voar no dia seguinte. Acho que fui um dos únicos da Copa a sair de San José naquele dia... Mas antes tive que desreservar hotel, transporte e avisar o AFS do México, que naquele momento devia achar que o consultor expert brasileiro era fria, visto que não conseguia nem sair da Costa Rica...

Cheguei no México mais morto do que vivo. Entro num táxi e vou para o hotel. Caio na cama desejando meu ursinho de dormir e não acordar mais, mas antes lembro de programar o despertador para às 8:30 desconhecendo completamente o programa do dia seguinte. Em nenhum país do mundo AFS as coisas começam antes da 9h. E eu não tinha nem idéia de como seria o dia seguinte.

Para o México, vide posts abaixo.

Feriadão?

11:39 PM Posted by Lucas Welter 4 comments
Olha, tá cheio de gente que foi para praia durante o feriadão, eu devia ter estado no UFRGSMUN, mas não fiz fazendo nada disso. Trabalhei pelo menos 14 horas por dia para terminar o treinamento que teremos em Assunção daqui a 2 semanas e os projetos que eu tenho com o AFS Internacional. Consigo sonhar em espanhol mesmo no Brasil. Até minha mãe já falou comigo em espanhol num sonho.

Hoje passei o dia organizando a informação que coletei na Costa Rica. Ah, deixa eu contar o que fui fazer na Costa Rica. De acordo com o meu chefe, fomos fazer uma auditoria organizacional. Segundo minha própria percepção, eu fui ouvir as pessoas se queixarem e falarem com muita emoção sobre o AFS.

Durante 5 dias eu participei de reuniões, entrevistas, dinâmicas de grupo, grupos focais, entrevistas em grupo em várias cidades e com um número de pessoas que depois que passou de 42* eu parei de contar. Acordava às 6:30 da manhã para me reunir com meu chefe às 7h – reunião informal para combinar o dia -, tomava café às 8h já atrasado com o meu guia-chofer-conhece-todo-mundo do meu lado repassando as atividades do dia e só parava às 10:30 PM para me reunir outra vez com o meu chefe para fazer o debriefing do dia. Caía morto na cama à meia-noite. E tudo de novo no dia seguinte.

Tiveram alguns momentos marcantes. Quarta-feira, dia de tour pelo interior da Costa Rica, que descobri que dá para atravessar em 8 horas.

O dia começou com uma entrevista ao diretor de uma escola em Grécia (1h de San José). Vai entender porque uma cidade no interior da Costa Rica se chama Grécia. Muito bacana, disse que eu era a segunda pessoa do AFS que aparecia na escola nos últimos anos (!!) e que isso fazia com que o AFS fosse muito mais presente que os outros programas de intercâmbio. Ah, tá. Depois vou para um café com duas outras voluntárias, onde sigo o roteiro básico de perguntas e respostas sobre a organização, motivação, vida, família, me senti um pesquisador do IBOPE.

Depois do almoço, sento com outra voluntária e falamos do impacto do AFS na vida dela e da família, do sacrifício que fizeram para mandar o primeiro filho, de como não tiveram mais dinheiro para mandar os outros e como começaram a receber estudantes desde então, como é o trabalho no AFS, quanto a organização tortura os seus voluntários, mas quanto ela acrescenta na vida das pessoas. Sorte que eu tinha um pacote de lenços, pois a mulher desatou a chorar e eu sou péssimo para acolher nessas horas... Vou precisar de muita formação se continuar trabalhando com isso. Já fui até ver vestibular de psicologia... E depois tem gente que não entende porque eu faço terapia... Até ganhei o título de ouvidor oficial, já que todo mundo aproveitava para falar tudo que parecia errado no AFS (e no mundo).

Outras entrevistas mais, final da tarde me encontro na cozinha da presidente do comitê de Alajuela, subúrbio de San José. Eu e mais 5 mulheres cozinhando (elas, né...) e eu fazendo minha inquisição básica. Novamente, queixas, reclamações e quanto, a pesar de tudo, o AFS tinha mudado a vida de todo mundo. E o mais interessante foi eu me dar conta que eu estava na cozinha de pessoas completamente desconhecidas falando sobre como a vida de cada um de nós tinha sido impactada pela organização. Naquele momento percebi de que boa oportunidade para desmantelar os clichês que povoam minha visão sobre como vivem as pessoas mundo afora. Mesmo com todos os problemas que conhecemos, são pessoas como as outras, como nós mesmos, e estão ai errando e acertando, batendo cabeça pra viver como dá (ô minimização…). E a janta tava maravilhosa para quem tinha passado o dia em cafés tomando capuccinos (eu não tomo café...) – nem preciso dizer que fiquei acordado até tarde...

Aí que agora eu me sinto mal de ter que reduzir essa série de sentimentos e experiências complexas em meia dúzia de palavras, rótulos ou percepções. Não depois de tanto tempo de convivência. Convém dizer que percepções são produzidas a partir de experiências pessoais. São minhas, são percepções e elas podem ser bem equivocadas. Eu, pessoa. Matemática, escola. Entende? Esses sentimentos são coisas que não se quantificam, não se medem. Acho que isso explica o esgotamento emocional e a minha dificuldade em condensar esses 5 dias em 10 páginas (incluído o resumo executivo...).

*42 é a resposta para o Universo e tudo mais...

HTML

Senti que tinha que reescrever este post...

Há alguns poucos anos atrás, se me dissessem que HTML é algo como sigla do Hospital de Traumatismo do Mega Linfócito, eu acreditaria sem titubear. Sou um completo analfabeto nessa linguagem, admito. Mas a curiosidade matou o gato e quem tem google vai à Roma! Por isso, a duras penas, consegui dar uma cara mais personalizada a essa pocilga aqui. Digo, bem personalizada, uma vez que a minha fuça está estampada ai em cima. O problema é que depois esqueço tudo... eu adoro sinais ortográficos - mas esses que usam em HTML não dá para aguentar. Fala sério... quem inventou isso tava muito preocupado com reserva de mercado.

Olha, acho deviam ensinar HTML para as crianças no Jardim, quando ensinam a desenhar e combinar cores... Aposto que será bem útil nesse mundo digital (ou inventarem algo mais click and type...). Ok, o .Mac (site mágico da Apple) até faz isso, mas os templates são sofríveis e eu gosto de deixar um pouco mais a minha cara, que pelo menos é copyright pra mim mesmo (depois de copiar livros, artigos e meio mundo de forma descarada, virei adepto do PDF e do copyright...)

Estou trocando o layout do blog. Esse novo era para ser temporário. O definitivo viria em, bom... Acabei gostando dele. Mais funcionalidade. Agora clicando no envelopinho aí embaixo vocês podem mandar meus post adiante... mas ainda estou tentando alinhar algumas coisas... e o tamanho das fotos vai aumentar um pouco também... vai quase ficar um flog. E pelo menos esse não acaba com o layout quando eu abro no windows... fica igualzinho. O outro tinha sido desenhado para mac... era mais clean no mac... quando eu via os outros acessando no windows me doia... mas agora, como dizem por aqui na macland, o design é universal.

Frase do dia:
Nada mais definitivo que uma solução temporária. Experiência pessoal.

Só pode ser o universo...

Assíduos leitores.
Como sou ateu (agnóstico, vá lá...), costumo culpar o universo (ou sei lá no que tu acreditas) pelas coisas que acontecem. Agora, tenho certeza que só pode ter sido o universo. O post do México sobre como o mundo é pequeno continua aqui.

Hoje vou para a festa de despedida de uma ex-professora minha que vai passar um ano em Paris (coitada...) e adivinha quem encontro por lá? A Rita, a irmã da Carmen (vejam e posts abaixo). De cara contei toda a história e a Rita também ficou como vocês ( e eu...): de boca aberta. E olha que as coincidências não acabam por aqui. A Catalina casou com um austríaco e vive no México. A Carmen casou com um austríaco (outro, espero) e mora na Áustria. Será que eleas sabem disso?

Bom, agora sei que até as duas se encontrarem (virtualmente) é uma questão de horas.
Vou começar a publicar as fotos desse reencontro.


Lucas + Catalina na festa dos 30 anos do AFS México


Lucas + Rita, agorinha à noite em Porto Alegre

Espero que quando as duas se encontrem me mandem uma foto para continuar com a história. Este feriadão prometo que escrevo sobre as coisas que estão passando pela minha cabeça. E também estou pensando num layout novo para o blog... cansei deste, que no windows fica uma m. (embora no mac até pareça clean...)