Três Lições do Mágico de Oz

Monday, March 20, 2006 1:03 PM Posted by Lucas Welter
Queridos amigos,

Quando um treinamento chega ao final, eu fico com uma sensação de vazio do tamanho do mundo. Treinamentos AFS são eventos tão intensos, que fica complicado voltar para a rotina (mesmo a minha, que na verdade é a preparação de outro treinamento...).

Depois de dormir 15 horas de sexta para sábado e mais outras 17 de sábado para domingo, acho que comecei a digerir e processar meu aprendizado com esse treinamento. Não pensem que treinador não aprende também... Aliás, esse foi o meu maior medo durante o processo de montagem desse t4t: o que eu vou aprender de novo com mais um training for trainers? E se eu não ganhar nada, qual vai ser a minha motivação para estar lá?

Hoje posso afirmar que valeu cada segundo do meu tempo voluntário: ver o nível de maturidade das perguntas, das experiências que foram compartilhadas, do muito sobre processos de grupo que eu aprendi, da preocupação e dedicação de vocês com as nossas tarefas, rever e fazer novos amigos. Mas acho que foi muito mais do que isso. A oportunidade de ter visto muitos de vocês um ano atrás e agora revê-los, me permitiu ficar muito orgulhoso com o progresso de vocês, com a transformação em treinadores mais capacitados, com desenvolvimento de habilidades, com o amadurecimento de vocês como pessoas. Com o meu amadurecimento e aprendizado como pessoa e treinador também...

Refletindo sobre esse aprendizado, quero dividir com vocês o Mágico de Oz (todo mundo ouviu falar, não é?) e três lições advindas da história que eu acredito que tenham ligação direta com o nosso estilo de treinamento. No final da história, Dorothy e os seus três amigos, após derrotarem a Bruxa Malvada do Oeste retornam para o Mágico de Oz para este realizar os seus desejos: Dorothy queria ir para casa (no Kansas eu acho...), o Espantalho queria um cérebro (também tô precisando de um...), o Homem de Lata um coração (o meu alguns sabem por ande anda ;) e o Leão Covarde queria coragem (isso eu acho que tenho o suficiente). Aqui vem a primeira lição: mesmo que participem da mesma atividade, indivíduos tem necessidades diferentes. E participantes de workshops, diferentes estilos de aprendizagem.

Dorothy e os amigos, logo descobrem que o Mágico de Oz não é tão superpoderoso assim, e que na verdade não passa de um simples mortal com um mega sistema de projeção multimídia. Afortunadamente, ele também é um bom improvisador. Procurando na sua bolsa ele dá para cada um dos personagens, símbolos do aprendizado que simbolizam os seus desejos: o Homem de Lata recebeu um relógio em formato de coração pela sua compaixão, o Espantalho recebeu um diploma pela sua inteligência e o Leão ganhou uma medalha de coragem. E o Mágico ainda se ofereceu para levar Dorothy para casa num balão... Aqui vem a segunda lição: se você não é um mágico superpoderoso, convém ter uma mochila com alguns itens que podem te ajudar em momentos onde tudo foge do controle. Em um contexto de preparação de workshops, esta lição sugere que é importante oferecer recompensas para satisfazer as necessidades individuais dos participantes. Num ambiente de workshops, essas recompensas vem em forma de experiências de aprendizagem apropriadas que estimulam diferentes estilos de aprendizagem.

De forma interessante, o Mágico não entregou o que realmente prometeu, embora todos ganhassem o que queriam inicialmente. Como eles conseguiram? Através da experiência! O Homem de Lata encontrou seu coração estando em uma situação em que foi requerida compaixão. Respondendo com raciocínio rápido, o Espantalho reconheceu o seu cérebro. Proteger seus amigos do perigo permitiu ao Leão descobrir a sua coragem. Dorothy, eventualmente descobriu que poderia ir para casa andando e por conta própria. Minha terceira lição do Mágico de Oz diz que: indivíduos aprendem melhor através da experiência. Se nós pudermos criar um ambiente de aprendizagem ativo e vivencial, é possível encorajar participantes dos nossos workshops a reconhecerem sua própria compaixão, coragem, inteligência e ainda levarem tudo isso para casa com eles.

Se eu pudesse resumir tudo isso em uma coisa só, acho que seria o quanto acertamos o foco do desenvolvimento dos voluntários do AFS Brasil, e vocês, o grupo por assim dizer de elite, são o melhor exemplo disso, agora confirmado.

Assim, foi um prazer enorme estar com vocês neste treinamento. Espero que 2006 passe bem rápido e que eu possa me surpreender novamente com os ganhos de vocês através das experiências que vocês irão passar ao longo do ano. Boa sorte, sucesso a todos, e caso necessitem, meu e.mail é lucas@welter.com

Bjos e abraços,
Lucas

PS. Embora meu cérebro diga que está tudo bem, meu coração me diz que está na hora de participar de um treinamento como participante e não como treinador. Alguém tem algum legal em vista? ;)

PS2. Minha mãe se recupera super bem e graças a ela, o Mágico de Oz está aqui. Mãe, nós bem sabemos quantas horas tu passaste ao lado da minha cama contando histórias antes de eu dormir...

=== Pergunta de hoje === 

Vocês também sentem frio na barriga todo domingo e vontade de explodir todos os relógios para o tempo não passar? Por quê?


Lucas in action


Gincana in action

2 Response to "Três Lições do Mágico de Oz"

  1. Anonymous Says:

    "Depois de dormir 15 horas de sexta para sábado e mais outras 17 de sábado para domingo..."
    Como assim? hehehe
    Também dormi muito, mas dormi durante o dia. Dormi o sábado inteiro pois queria estar descansada para o show do Santana (que aliás foi SHOW!). Depois no domingo, ainda acordei cedo pois uma praia maravilhosa me esperava... Mas não estou cansada. Acho que a piscina térmica na sexta a tarde, o show do Santana no sábado e a praia de domingo trouzeram minha energia de volta. E a sensação de dever cumprido é muito boa. Obrigada mais uma vez, Lucas.

  2. Anonymous Says:

    Lucas... Só pra constar: Frio na barriga eu sinto quando entro no aviao, depois de um treinamento intenso como esse. e, claro, divertido tb neh.. hehehe... Abraço pra ti, até a aula né...