Agra e o Taj Mahal

Friday, May 26, 2006 4:54 PM Posted by Lucas Welter
Fui de Delhi a Agra em um trem extremamente convencional, gente muito simples. Muito mais gente do que bancos disponíveis. Provavelmente eu era o único ocidental no trem. Os turistas viajam em trens com ar condicionado. Eu queria experimentar um pouco mais da Índia (dos nativos) e arrisquei. Apesar de conhecer gente muito bacana, que conversou comigo o tempo todo e me oferecia água e comida, achei que uma vez era suficiente. É incrivelmente quente, até o vento é quente. Fiquei completamente molhado de suor, e cheio de pó... E a família que estava comigo estava viajando de Delhi a Mumbai... mais de 24 horas naquela zona. Mas é divertido ser atração turística. Na verdade o que eu mais gosto é testar os meus limites de compreensão cultural apos ter estudado muito sobre o tema. Então, tentar entender as pessoas é fundamental.


Essa imagem vale por todas.

Cena do trem para Agra. A mãe fez uma mamadeira para o filho com leite em pó. Bastou apenas 3 minutos segurando a mamadeira para o lado de fora do trem para o leite ficar quente... Essas coisas me lembram muito o Brasil. (eta minimização....)


Em Agra (cidade do Taj Mahal), tive contato com a Índia que eu queria ver... a Índia de alguns estereótipos: vacas na rua e o trânsito parando para elas, encantador de serpentes, camelos, macacos, único inconveniente é que os níveis de pobreza sobem. Mas os preços baixam radicalmente... O dia todo no riquixá foi por 200 rúpias e mais 100 adicionais por não passar nas lodjinhas...


outra ego-picture
Preços do Taj Mahal: Nativos: 50 centavos de dólar, turistas: 20 dólares. Ok, no Brazil também é assim. Como é um templo muçulmano, sapatos de fora e homens tem fila separada das mulheres. A obsessão com segurança beira os limites da loucura. Um guarda-volumes só para celulares (proibido lá dentro) e outro para mochilas. Os caras reviram até dentro das carteiras, tudo... A multidão é fora de série, chega ser chato. O negocio todo é um gigantesco complexo, em que o Taj é apenas uma parte da brincadeira. Mas é tão imponente, tão perfeito, tão indescritível que ofusca o entorno todo (maravilhoso também). Mesmo furioso com a bagunça oriental, as pessoas se atropelando, etc (eu disse: tolerância zero com temperaturas acima dos 40C), não tem como não achar fora de série. Pelo menos aqui tinha uns 20 ocidentais (entre milhares de pessoas). Incluído no ingresso: uma garrafa de água. Quanta generosidade. Nice, at least.


Não sei quem são, mas fizeram uma pose tão bonitinha...


Não sei porque o nome do negocio é fila indiana. Essa gente não sabe fazer fila. Não sei da onde os portugas tiram isso de fila indiana... Apos chegar em Agra na classe mais econômica possível (3 reais para viajar 250Km) decidi trocar a passagem da volta. Eu e três chinesas passamos 1 hora numa fila que não andava porque o pessoal furava o tempo todo. Até que montamos uma operação de não-fura-fila que revoltou os nativos (um deles...) Quando ele visivelmente transtornado por não furar a fila resolveu perguntar:
Cara revoltado: From which country are you?
Lucas: From the wich one people stand on lines. It’s called Lineland, do you know?
Meu limite de aceitação de diferenças culturais baixou a zero quando a temperatura bateu no 44C.
Pergunta do dia: fazer fila é cultural? Se sim, como explicar as formigas?

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