Mais um pouco...

Friday, May 26, 2006 5:02 PM Posted by Lucas Welter
Ainda tenho muito para escrever. Vou tentar misturar com as fotos, para não cansar. Semana que vem, de casa, publico mais. Apenas para completar, acho que eu vim para índia de coração e mente abertos para aceitar a diferença, a diversidade, e acho que fui recompensado por isso. Volto pra cara encantado, mas repito: A Índia não é para qualquer pessoa.

PS. Acreditam que esses post foram postados online entre o vôo Delhi-Munique?
Agora estou em Munique e vou terminar isso enquanto espero um amigo AFS vim me buscar... As fotos são de Ahmedabad, cidade do meu treinamento AFS.


Mesquita em Ahmedabad

Conversa típica ao ser abordado por um motorista de riquixá:
Lucas: How much to take me to Chanakyapury?
Motorista: I will deliver you, Sir (sotaque indiano, quase incompreensível)
Lucas: Yes, but how much?
Motorista: No problem, I will deliver you Sir.
Lucas: I didn’t ask you about that. I said, how much?
Motorista: one hundred fifty ruppes (150 rúpias) (mais sotaque...)
Lucas: Sir, you know that’s too much. I’ll pay 50.
Motorista: No, 130 rupees.
Lucas, Sir, you know it doesn’t worth more than 70. E viro as costas. Ele volta.
Motorista: How much do you want to pay?
Lucas: 90 rupees.
Motorista: 100 ruppees.
No final acabo pagando um pouco mais, por pena, já que o valor é ridículo para cruzar metade da cidade. Qualquer visita à Índia faz a gente mudar nossas concepções a respeito de muita coisa no mundo...

O motorista do riquixá do tour de Delhi, me levou numas lodjinhas onde ele provavelmente ganha comissão dos brimos... faz parte do passeio, mas não do contrato ;) Entro e procuro por pashmina. A criatura me mostra umas por 350 rúpias. Ok, eu respondo: nós dois sabemos que isso não é pashmina. Afinal, que lã é essa? Me explicam e dizem que “real” pashmina é muito cara, etc. Quantas o senhor vai querer? Acabei virando expert em pashmina. Pobre Cachemira...


Mais de Ahmedabad

Pelo fato de viajar sozinho, acabo sempre estando disponível para conversas. É só eu olhar para o lado e alguém vem conversar, saber de onde eu sou, meu nome e se eu sou casado... depois vem as tradicionais, o que estou fazendo, que cidades estou visitando, se gosto da comida, etc. E é bem raro ver ocidentais por aqui, especialmente nessa época do ano. E eu chamo muito atenção. Branco (muito) alto e magrão, de olhos claros e meio desajeitado...


Contraste típico da Índia. Mesquita de 450 anos e edifício modernista atrás.

No trem entre Delhi e Chandigarh sentou do meu lado um cara bem bacana, ao redor dos 30 anos, recém casado. Tive umas das conversas mais interessantes da minha vida nesse estilo, com desconhecidos. Conversamos quase 3 horas, sobre tudo, sobre a índia, sobre o Brasil, hábitos e costumes, principalmente sobre diferenças e como eu as percebia... Aproveitei para perguntar várias coisas sobre espiritualidade, relacionamentos, diversão, economia, realmente foi legal. E o cara foi tranqüilo, tem gente que às vezes fica forçando uma conversa... Na volta de Chandigarh, outra boa surpresa. Um senhor aposentado, conhecedor de relações internacionais como eu jamais imaginei. Conversamos um pouco pois eu literalmente desmaiei de sono. E no final, ele ainda trocou uma nota de 500 rúpias para mim (motoristas de riquixás nunca tem troco...). Gosto de ter a impressão (pelo menos) que as pessoas estão verdadeiramente interessadas em mim (ou qualquer outra pessoa).


Bazar das Pashminas. Gostei da foto. Ahmedabad

Cena impagável: casalzinho (hum, tive minhas dúvidas... mas vá lá). Ele em roupas ocidentais e ela completamente adaptada: roupas indianas, o terceiro olho, tatuagens de rena nas mãos, sandalinhas, quase uma indiana. Mas reparem no ambiente: McDonald’s. Dá pra acreditar? Se tu quer ser riponga é problema teu, mas seja autêntico e não entre num Mac. Eu uso roupas de marca e freqüento Macs. Acho o fim da picada esse bando de gente que acha que porque se veste como os locais acha que está surfando na cultura alheia... E só para comprovar: não tem Big Mac. Holy cows...


Minuto de silêncio ao grande Louis Khan.

Hoje pela manhã (sexta) meu fiel motorista veio me buscar no horário combinado. Me senti mais VIP do que nunca. Ok, eu dei gorjetas generosas sempre pra ele (Hay un mundo mejor, pero es carísimo – lembram) mas confesso que me senti mais em casa... E ele ainda tinha me comprado o Indian Times para ler no avião.


Olha o camelo...

0 Response to "Mais um pouco..."