Hoje eu quero humildemente dedicar este post aos turistas idiotas do mundo. Graças aos turistas idiotas, todo ascensorista (1) de turista pensa que todo turista é idiota...
Sai do albergue por volta das 10h da manhã com um objetivo claro: comprar passagens de trem para Chandigardh e Agra. Entro no primeiro riquixá que me abordou (aqui tu não abordas um táxi, ou riquixá – ele te abordará primeiro...). E como aqui eu sou turista (finalmente...) então eles me disputam... Aliás, momento narciso: eu sou uma das maiores atrações de Delhi. É incrível como um ocidental chama atenção na rua. Não tem turistas caminhando nas ruas, e quase nenhum nos monumentos. Os americanos andam em ônibus climatizados, as American Bubbles (2), seguras, protegidas do ambiente e cultura externos... Voltemos. Quando o motora do riquixá (gordo- desconfie de indianos gordos...) soube que meu destino era a estação de trem, propõe me levar para “the” e não “a” escritório oficial de turismo do governo, para pegar uns mapas e fazer as reservas, uma vez que a estação de trens estaria meio cheia (diariamente, 8 milhões de indianos usam o segundo maior sistema ferroviário do mundo, que emprega 1,2 milhões de funcionários...) achei que poderia ser uma opção, mas como fiz o tema de casa (3), senti que era encrenca mas como era perto da estação, depois eu iria caminhando caso a coisa não desse muito certo...
Chegando no tal escritório, percebi de cara que todos os anúncios do governo, dizendo que o local era do governo, eram impressos na impressora doméstica do lugar... bom, fui em frente pra ver no que dava. Entro numa salinha, meu ascensorista junto, faço o meu pedido (ida e volta a Chandigarh), forneço os horários, eles perguntam várias coisas comprometedoras, como quantos dias eu ainda vou ficar, quando vou embrora, o que eu já visitei, essas coisas e ainda tem a cara dura de perguntar várias vezes só pra saber se estou falando a verdade...o cara liga para um monte de números, fala hindu, escreve coisas e me diz exatamente o que eu esperava: trem para Chandigarh, só para voltar... o primeiro para ir no horário que eu queria só na sexta, justamente quando eu vôo para Minique... Como eu disse, eu fiz o tema, sabia que tinham vários trens, etc, e o cara nem me ofereceu outras opções... entro no jogo: que outra forma tem para chegar em Chandigarh?... o cara começa dizendo que Chandigarh era imperdível, etc, etc e me oferece um carro com motorista. Resumindo, eu disse que não estava interessado, volto para o Riquixá (o ascensorista atrás...) e digo para ele me deixar na estação... ele ainda ficou tentando me levar para outro Escritório “oficial”... Eu retruquei: You didn’t get it, right? I’m not stupid.... aí ele parou a conversa, me largou perto da estação e fim dos serviços.
Vou para estação (realmente um caos – capítulo a parte), vou para o departamento de atendimento ao turista estrangeiro - tipo um escritório do INPS (hoje INSS) dos anos 70, papeis e mais papeis empilhados - , um ar condicionado que mantinha a temperatura ambiente equivalente a do Himalaia... encontro meio mundo representado lá dentro, incluindo uns monges tibetanos... preencho uns forms, sou atendido por uma lesma que ainda parou quando passou o homem do chá (ao invés da senhora do cafezinho aqui tem o homem do chá, servindo num bule a la Rainha Elizabeth, serviço completo, com xícaras brancas grandes e biscoitos...) e bingo. Saí de lá 1100 rúpias (50 reais) mais pobre e com passagens de ida e volta para Chandigarh no dia seguinte e ainda de troco, para Agra na quinta. Bem diferente do informado...
Assim, turistas otários, fiquem em casa (ou façam o tema...(3)): vocês só contribuem para o mundo ser um lugar mais desonesto.
Depois eu continuo.
PS. Estou frustrado. Já vi camelos, vacas, cabras, macacos e elefantes nas ruas, mas ainda nenhum encantador de serpentes... será que alguma sociedade de proteção aos animais proibiu?
(1) Definição do Ricardo Freire do cara que te encaminha para o cara que vai tentar resolver a tua vida ou te vender alguma coisa e ainda quer uma gorjeta por isso...
(2) Definição pessoal do ambiente seguro para americanos em estágio de defesa intercultural...
(3) tema de casa: ler tudo o que for possível sobre o país, entrar em sites na internet e ainda ler o Lonely Planet específico do local a ser visitado em livrarias se eles custarem mais caro do que você acha que deveria pagar por ele (quase sempre.)
Sai do albergue por volta das 10h da manhã com um objetivo claro: comprar passagens de trem para Chandigardh e Agra. Entro no primeiro riquixá que me abordou (aqui tu não abordas um táxi, ou riquixá – ele te abordará primeiro...). E como aqui eu sou turista (finalmente...) então eles me disputam... Aliás, momento narciso: eu sou uma das maiores atrações de Delhi. É incrível como um ocidental chama atenção na rua. Não tem turistas caminhando nas ruas, e quase nenhum nos monumentos. Os americanos andam em ônibus climatizados, as American Bubbles (2), seguras, protegidas do ambiente e cultura externos... Voltemos. Quando o motora do riquixá (gordo- desconfie de indianos gordos...) soube que meu destino era a estação de trem, propõe me levar para “the” e não “a” escritório oficial de turismo do governo, para pegar uns mapas e fazer as reservas, uma vez que a estação de trens estaria meio cheia (diariamente, 8 milhões de indianos usam o segundo maior sistema ferroviário do mundo, que emprega 1,2 milhões de funcionários...) achei que poderia ser uma opção, mas como fiz o tema de casa (3), senti que era encrenca mas como era perto da estação, depois eu iria caminhando caso a coisa não desse muito certo...
Chegando no tal escritório, percebi de cara que todos os anúncios do governo, dizendo que o local era do governo, eram impressos na impressora doméstica do lugar... bom, fui em frente pra ver no que dava. Entro numa salinha, meu ascensorista junto, faço o meu pedido (ida e volta a Chandigarh), forneço os horários, eles perguntam várias coisas comprometedoras, como quantos dias eu ainda vou ficar, quando vou embrora, o que eu já visitei, essas coisas e ainda tem a cara dura de perguntar várias vezes só pra saber se estou falando a verdade...o cara liga para um monte de números, fala hindu, escreve coisas e me diz exatamente o que eu esperava: trem para Chandigarh, só para voltar... o primeiro para ir no horário que eu queria só na sexta, justamente quando eu vôo para Minique... Como eu disse, eu fiz o tema, sabia que tinham vários trens, etc, e o cara nem me ofereceu outras opções... entro no jogo: que outra forma tem para chegar em Chandigarh?... o cara começa dizendo que Chandigarh era imperdível, etc, etc e me oferece um carro com motorista. Resumindo, eu disse que não estava interessado, volto para o Riquixá (o ascensorista atrás...) e digo para ele me deixar na estação... ele ainda ficou tentando me levar para outro Escritório “oficial”... Eu retruquei: You didn’t get it, right? I’m not stupid.... aí ele parou a conversa, me largou perto da estação e fim dos serviços.
Vou para estação (realmente um caos – capítulo a parte), vou para o departamento de atendimento ao turista estrangeiro - tipo um escritório do INPS (hoje INSS) dos anos 70, papeis e mais papeis empilhados - , um ar condicionado que mantinha a temperatura ambiente equivalente a do Himalaia... encontro meio mundo representado lá dentro, incluindo uns monges tibetanos... preencho uns forms, sou atendido por uma lesma que ainda parou quando passou o homem do chá (ao invés da senhora do cafezinho aqui tem o homem do chá, servindo num bule a la Rainha Elizabeth, serviço completo, com xícaras brancas grandes e biscoitos...) e bingo. Saí de lá 1100 rúpias (50 reais) mais pobre e com passagens de ida e volta para Chandigarh no dia seguinte e ainda de troco, para Agra na quinta. Bem diferente do informado...
Assim, turistas otários, fiquem em casa (ou façam o tema...(3)): vocês só contribuem para o mundo ser um lugar mais desonesto.
Depois eu continuo.
PS. Estou frustrado. Já vi camelos, vacas, cabras, macacos e elefantes nas ruas, mas ainda nenhum encantador de serpentes... será que alguma sociedade de proteção aos animais proibiu?
(1) Definição do Ricardo Freire do cara que te encaminha para o cara que vai tentar resolver a tua vida ou te vender alguma coisa e ainda quer uma gorjeta por isso...
(2) Definição pessoal do ambiente seguro para americanos em estágio de defesa intercultural...
(3) tema de casa: ler tudo o que for possível sobre o país, entrar em sites na internet e ainda ler o Lonely Planet específico do local a ser visitado em livrarias se eles custarem mais caro do que você acha que deveria pagar por ele (quase sempre.)
May 24, 2006 6:52 AM
Boa Lucas!!!
Também sempre faço o tema de casa antes de viajar. Qdo fui para o Havaí o cara da agência me perguntou: "tem certeza que vc nunca esteve no Havaí?" tamanha a quantidade de infos que eu já tinha obtido no Frommer's!